27 junho, 2006

Surto

Distante das cervejas e dos gritos eufóricos em comemoração ao Brasil, dos fogos, das cornetas, das buzinas...Eu bem perto de um pensamento que eu não queria estar.Encolhida num canto do quarto, rezando ser surda, pra não ouvir suas palavras e as vozes da minha cabeça.Que a confusão girava em torno de mim.Eu pego o celular e quebro, que é pra nunca mais ligar pra quem não devia.Eu pego o computador e não concerto, que é pra párar de ler coisas escrotas que me causam náuseas.Eu pego o que aconteceu hoje e queimo igual um passado que não esqueci.Por que haveria eu, criatura de sentir o que eu não quero? Estou cansada da farsa.Aquela que você desenhou pra gente.E quando fui embora você insistiu em representá-la.Eu não sei qual das tuas máscaras eu conheço, são todas superficiais demais pra mim...E você nunca consegue arrancá-las da face.Eu pensei que num tempo, elas não existissem mais, mas tenho certeza hoje que me enganei.
O que resta pra mim às 13h06 é ir trabalhar e não pensar em nada.Em você, numa garota qualquer, ou num cara filho da puta.
Estão todos pela cidade fazendo manifesto contra o Amor e eu aqui querendo acreditar...
Melhor deixar pra lá.

22 junho, 2006

Me sinto velha tendo em vista os meus problemas.Eles sempre são os mesmos.Então serão eles os "arcaicos"? Dá vontade de pegá-los todos juntos, amarrar num saco e jogar pela janela no meu lugar.Se fosse ontem eu é que iria para o parapeito... Hoje eu visto branco, vou pro terreiro me exorcizO se for preciso... Me mantenho longe ou pelo menos tento...até o dia em que um segundo seja morte. Porque eu sei que é só a vida acontecendo... Amanhã eu acordo e fingirei estar bem,ou estarei bem de fato, sorrirei para todos como a pessoa mais feliz do universo.A palhaça.A menina tola.A doida.Como quiserem senhores!

20 junho, 2006

Olhei pro céu e ele me sorriu
abri os braços e abracei o mundo
beijei uma criança na testa
e disse "eu te amo"
como se fosse minha
era uma última noite de outono...
Que lágrima que nada
Estou preenchida de cores!
Primárias secundárias...
Todas elas.
Alguém me leva por aí
andar pela cidade...?
Eu não exijo contrato de prestação de serviço!
pode ser por tempo limitado...
indeterminado... [finjo].
Tudo bem! Você escolhe.
Mas me faça ver a lua
me faça enxergar o brilho!
Não o dos seus olhos
o meu, da vida
ou de uma canção na vitrola.
Cia nunca é demais nem de menos...
e do Amor? O que é que eu digo?
Se ele existe
deixa aparecer...
deixa acontecer...
e quando for e se
arrasto quem for desta superfície...
Por enquanto ficamos aqui.

19 junho, 2006

Mais uma crise pra contar
são motivos meus
não ligue pro que penso ou sinto
é tudo muito complicado
talvez uma grande mentira
um conto de fadas
amanhã este acaba
outro começa
meu dom é fazer das coisas simples
tempestade
ilusão minha.

and bye bye cigarettes...

12 junho, 2006

Fora de tom..

Uma porção de meia dúzias
de pontos brilhantes no céu
[rostos conhecidos não vistos a algum tempo]
Uma garota sentada na lua
mãos nas cordas de uma guitarra mágica
A poesia de uma canção
declamada por uma voz rouca...

09 junho, 2006


O silêncio me soou como grito
vice e versa
estou farta.
Meu impulso é traidor!
Final de tarde vazia
a Lua linda no céu...

Mais um vôo interrompido
meu caos.




















"Elas sorriem quando querem gritar
Elas cantam quando querem chorar
Elas choram quando estão felizes
E riem quando estão nervosas

Elas brigam por aquilo que acreditam
Elas levantam-se para injustiça
Elas não levam "não" como resposta quando
acreditam que existe melhor solução

Elas andam sem novos sapatos

para suas crianças poder tê-los

Elas vão ao médico com uma amiga assustada

Elas amam incondicionalmente
Elas choram quando suas crianças adoecem

e se alegram quando suas crianças ganham prêmios

Elas ficam contentes quando ouvem

sobre um aniversário ou um novo casamento..."

Pablo Neruda


05 junho, 2006

"Noite fria lá fora
coisas pra pensar
questões sem respostas
um cigarro aceso
nenhum sorriso no rosto...
Me ausentarei um pouco da escrita
não por falta de inquietações..."

01 junho, 2006

Tudo poderia ser uma grande brincadeira, com mais cores a vida seria mais leve.Aqui do meu quarto não é só o rádio que fala, existem os gritos da cidade em trânsito e o meu trânsito interno que quase não se sabe pra onde ir.Antes eu tivesse um carro.Eu iria pra longe...nem que fosse por apenas poucos minutos onde meu cérebro conseguisse apenas ouvir o barulho das ondas.
Eu não torço para que seja melhor, eu apenas encaro estas imperfeições como sinal de estar aqui fora...Um dia eu vou pra lá...onde tudo é mais colorido...quem sabe ou não eu tenha aprendido algo, quem sabe ou não eu tenha ensinado muito ou pouco.Quem sabe alguém tenha me escutado ou pelo menos menos eu mesma.
Arrependimento eu não me permito mais.
Chega de inconsequências por enquanto.
Não há um motivo único para que eu escrevesse aqui hoje...
nem sei se há algum...nem eu o por quê entendi.
São colapsos de uma mente intensa,
que ora faz e ora pensa.

"Tudo vermelho
os meus olhos pegando fogo
minha paciência encardida, meu sufoco
eu já quebrei o espelho
terminei meu namoro
tudo vermelho de novo
a minha cor é uma só
sozinha perdida em meus lençóis
o tempo fechou pra mim..."