26 abril, 2007

Inverno.Amarrou seus braços com duas cordas, espancou-a até o desmaio.Tirou a única lâmpada do espaço.Antes de sair, escarrou duas vezes em seu rosto e a tocou levemente nos seios.Trancou a porta do porão com uma frieza réptil, subiu as escadas, caminhou até o lado de fora da casa, soltou o cadeado no fundo de um poço.
Final de tarde.Olhou com desprezo a roseira que ela plantou, seca...Gargalhou.Escavou a terra, colocou as chaves e todas as suas recordações sem culpa numa caixa de madeira e meteu pra dentro do buraco a sete palmos do chão.Bebeu uma "Original", fumou um "Marlboro" e ligou pra uma vadia qualquer.Gozou com voracidade.
Noite.Metade da lua no céu.Ligou o rádio, coincidência ou não sempre a mesma trilha do antigo romance, tomou um banho.Vestiu uma roupa bonita: calça preta, sapatos negros, camisa salmão.Fez as malas, fechou a casa, deu um grito pegou o carro e dirigiu em direção a estrada ao som de "piece of my heart"...
E a deixou lá, num canto qualquer do porão, sozinha.
Ninguém sabe o que acontecerá no final da história, se ambos se reencontrarão novamente...
Em meio ao Amor, Mary. F. de Moura nunca imaginou que ele pudesse lhe virar as costas. Ele fez isto e recusou um maço de cigarros.
Mary. F. de Moura nunca imaginou também que pudesse viver sem ele, mas agora terá e o mundo que lhe aguarde pequena grande frágil mulher...
- Fuck you little boy! O perdedor aqui é você. Disse ela a si mesma em seu momento de fúria e renascimento.

24 abril, 2007


Pedaços de papel rabiscados

Poesia feita às pressas

cortada ao meio.


Paraíso perdido em meio ao caos

Um triste adeus obrigatório.


Lembranças do mar...


E aqui no inferno

areia nos olhos.


Marie


23 abril, 2007

No final das contas família nada mais é que uma troca de favores: Os filhos precisam dos pais no começo da vida e os pais precisam dos filhos no final dela...
Os celulares diminuiram.Minhas músicas ficaram distantes gravadas numa arcaica fita cassete que não existe mais.Quando eu era pequena as beliches eram enormes, prédios de dois andares! Hoje sou do tamanho delas e não me sinto uma gigante.As coisas tendem a ficar pequenas.Acontece isso com o amor.Hoje senti o quanto ele está pequeno.Tentei enterrá-lo na areia da praia, mas tudo que consegui foi deixar que uma lágrima minha fizesse parte do oceano...

19 abril, 2007


Atenção...Silêncio no Estúdio...
AÇÃO!


"Não sei se tu tens um anjo
Eu tenho um anjo sim
Meu anjo é um pequenino
que agora vai dormir...

Dorme meu anjo lindo
meu menino serafim
Que o sono vem vindo
pra levar você de mim...

[Música: "Meu anjo sim" Sandra Peres Zé tatit]

São Paulo é grande.Dentro de um ônibus em meio ao trânsito pode-se observar o quanto somos pequenos.O quanto sou pequena.Um grão, entre o cinza e a fumaça.Difícil encontrar alguém nesta imensidão!As avenidas passam distantes, os carros páram.Avenida pompéia? O destino não é o mesmo! Meu peito aperta ao saber disto...Estas desculpas tuas? Se fosse pequeno o espaço em que existimos, um potinho, que seja, talvez eu estivesse lá de braços cruzados, ou fumando um cigarro, bebendo uma cerveja pacientemente te esperando... mas vc não.

18 abril, 2007

"Queriam-me casado,fútil, quotidiano e tributável?
Queriam-me o contrário disso, o contrário de qualquer coisa?
Se eu fosse outra pessoa, fazia-lhes, a todos, a vontade.
Assim como sou,tenham paciência!
Vão para o diabo sem mim,
ou deixem-me ir sozinho para o diabo!
Para que havemos de ir juntos?

Não me peguem no braço!
Não gosto que me peguem no braço.
Quero ser sozinho.
Já disse que sou sozinho!

Ah! Que maçada quererem que eu seja da companhia!"


Álvaro de Campos

10 abril, 2007


- De vez em quando acredito no destino...
- Isto bem depende de quem está ao seu lado durante a esquina que se cruza.

03 abril, 2007

O silêncio dela

O grito dele

Meu maremoto interno

Pensamentos vazios mal preenchidos

Ora! "Deus é a alma dos brutos"

e não há nenhum bruto aqui...

Meu pequeno grande caos

sem hora pra ter fim...